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quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

LÁGRIMA DE PRETA




Encontrei uma preta
que estava a chorar,
pedi-lhe uma lágrima para a analisar
.

Recolhi a lágrima
com todo o cuidado
num tubo de ensaio
bem esterilizado.

Olhei-a de um lado,
do outro e de frente:
tinha um ar de gota
muito transparente.

Mandei vir os ácidos,
as bases e os sais,
as drogas usadas
em casos que tais.

Ensaiei a frio,
experimentei ao lume,
de todas as vezes
deu-me o que é costume:
nem sinais de negro,
nem vestígios de ódio.

Água (quase tudo)
e cloreto de sódio.


Poema de antónio Gedeão (Rómulo de Carvalho)

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